Folião 'de carteirinha' dá dicas para aproveitar a festa momesca

Sabemos que sua paixão pelo Carnaval vem desde a infância. O que muda na terceira idade? Que cuidados a mais você recomenda para quem quer desfilar/brincar e para quem quer assistir?

Paulo: Aos 73 anos, ainda continuo gostando de carnaval, comparecendo, a partir de janeiro de cada ano, às Escolas de Samba, para ver os ensaios, brincar com a galera e beber a gostosa cervejinha. Obviamente, o prazer que sinto hoje não é o mesmo de décadas passadas, infelizmente, mas não deixo de curtir!!!!!!
 
Antes do carnaval, compareço aos ensaios de diversos blocos de ruas, dos mais badalados da cidade. Já desfilei em algumas escolas, mas achei muito cansativo, porque ficamos concentrados fora do Sambódromo, até a escola entrar e, quando ela entra, o tempo passa tão rápido, que não dá nem para curtir legal.

Para quem quiser desfilar, escolha um fantasia leve, sem muitos adereços.
Para quem quiser assistir, escolha roupas também leves, sapatos folgados e não coma demais antes de ir ao Sambódromo. Não é necessário levar comidas e bebidas, pois lá vendem de tudo. Nada de carregar peso, como vejo muita gente fazendo. Os banheiros são limpos e o povo quer é alegria.
Hoje, as escolas estão melhores estruturadas do que antigamente. Elas têm horário de entrada e saída da passarela. Se o prazo estabelecido não for cumprido, elas perdem valiosos pontos. Antigamente, era um cão, as escolas atrasavam e a gente saia do Sambódromo em torno das 10 horas da manhã, com o sol e o calor comendo em cima.
 
No quesito segurança, que cuidados devem ser observados? 

Paulo: No quesito segurança é o mesmo que a gente adota hoje ao andar pelas baladas. Muito cuidado com os cartões de créditos e o dinheiro. Compre uma cueca com zipper ou uma bolsinha para amarrar na cintura e deixe-se apalpar à vontade, sem se preocupar se está sendo roubado(a).
Deve-se chegar ao Sambódromo com, pelo menos, meia hora de antecedência ao desfile, para se acomodar bem, sem pressa e empurrões. Além disso, antes de a primeira escola passar, desfilam o Rei Momo e a Rainha do Carnaval, com suas duas princesas, abrindo o desfile oficialmente, sambando junto ao público (muito bom!!!!!!).
 
E sobre o transporte, qual é preferível usar? No Rio, com o trânsito já caótico, alguma dica especial?

Paulo: Como moro no Flamengo, utilizo o Metrô, saltando na Estação Central, quando o meu ingresso é dos Setores, 1, 3, 5, 7, 9, 11 e 13 (ímpar). Se o ingresso for do Setor 2, 4, 6, 8, 10 e 12 (par), salto na Estação Praça Onze. Ultimamente, tenho ido de táxi, o que me deixa próximo ao Setor que escolhi. O preço da corrida varia de acordo com a distância que o táxi irá percorrer. No meu caso, costumo pagar, em média, R$ 15,00, com conforto melhor do que o do Metrô. Na volta, sempre pego um táxi, pois o esqueleto já está querendo deitar para dormir. NUNCA leve celular, relógio ou cordões de ouro.
 
Dentre as várias bandas/blocos de carnaval em que você já desfilou/acompanhou, qual recomendaria para quem decidiu brincar fora de casa pela primeira vez?

Paulo: Hoje, nós temos mais de 400 blocos para brincar. Fuja dos grandes blocos (Banda de Ipanema, Bola Preta, Preta Gil). É muita gente, empurração total e ladrões (masculinos e femininos) à vontade.
 
Se o folião estiver sozinho e se sentir mal, o que deve fazer? Andar com um crachá tipo "Em caso de acidente avisar a ....."ajuda?

Paulo: Se quiser, pode usar Cartão de Identificação. Conheço várias pessoas que utilizam, informando até sobre o estado de saúde (convulsões, diabéticos, hipertensos, alérgicos, etc.). Acredito, porém, que eles não se arriscam a entrar em blocos!!!!! No carnaval, esqueço da vida, só penso em brincar e curtir com familiares e amigos!!!!!!!
 
BOM CARNAVAL para vocês, cheio de confetes e serpentinas, eh, eh, eh.